O decoro nas danças em Orchesographie, de Thoinot Arbeau (1589)

Autores/as

  • Mário Orlando Mendes Guimarães Universidade de São Paulo Autor/a
  • Mônica Lucas Universidade de São Paulo Autor/a

Palabras clave:

Orchesographie, Arbeau, danças da renascença

Resumen

No início do século XVIII, pouco mais de um século após o nascimento da ópera, críticos, teóricos e entusiastas já apregoavam a sua decadência. Segundo eles, a responsabilidade desse estado de coisas recaía sobre os cantores, que passaram a desrespeitar o conteúdo textual das obras ao introduzir, em meio às performances, uma série de ornamentações fora de contexto com o único intuito de exibir suas habilidades vocais. Isso deslocou o foco do texto para a performance operando-se, assim, uma transformação de gosto no gênero. Aqueles que continuavam fiéis aos preceitos do passado foram chamados de “antigos”, defensores de um estilo descrito como expressivo, despojado e profundo, enquanto os partidários do novo estilo floreado em ascensão foram chamados de “modernos”. A crescente popularidade da ópera nessa época fez com que se proliferassem também as primeiras sátiras e paródias musicais do gênero, com a particularidade de terem sido produzidas justamente por seus próprios autores e protagonistas (compositores, libretistas e mesmo cantores) e que retratam, dissimuladas sob o véu da comédia, os bastidores do fazer operístico. A querela entre “antigos” e “modernos” também se encontra representada nas sátiras, lançando, com bom humor e vivacidade, uma nova luz sobre as práticas musicais da época.

Biografía del autor/a

  • Mário Orlando Mendes Guimarães, Universidade de São Paulo

    Integrante do Conjunto de Música Antiga da Universidade Federal Fluminense (UFF) desde 1984, como músico contratado. Mestre em Belas Artes pelo Sarah Lawrence College, NY, EUA (1987-1989), no programa de performance da música medieval e renascentista. Professor de danças da renascença em diversos cursos e oficinas de música antiga pelo Brasil desde a década de 1990. Atualmente doutorando na Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA/USP) em musicologia, sob a orientação da Profa. Dra. Mônica Isabel Lucas.

  • Mônica Lucas, Universidade de São Paulo

    Graduou-se em Música na Universidade de São Paulo e especializou-se na interpretação da música antiga (flauta doce e clarinetes históricos) no Conservatório Real de Haia, Holanda. Sua pesquisa acadêmica, desde o doutorado, envolve o repertório do séc. XVIII pela perspectiva poético-retórica. É professora associada do Departamento de Música da ECA-USP e diretora artística da orquestra barroca Eos – Música Antiga USP.

Publicado

2025-12-18

Número

Sección

Dossier - XIII Encuentro de Investigadores en Poética Musical de los siglos XVI, XVII y XVIII - Vestigios del gusto (segunda entrega)